JANUARIO LEITE
(10 Junho 1865-10 Junho 1930)
Biografia
Imersa em dolorosa enfermidade,
a minha infância vi correr obscura;
só vendo a paz em sonhos e aventura.
Chorando, atravessei a mocidade.
Por toda a parte a negra adversidade
e sempre a minha estrela infausta e dura,
eu creio estar ao pé da sepultura,
a porta Que conduz à Eternidade!
Sondo-lhes as trevas com a fé do forte
porque ela é minha pátria prometida,
onde acabar deve o poder da sorte.
Ó Ser dos seres, com a fronte erguida,
o jus me caiba de dizer à Morte:
Abre-me os braços! Sê-me tu a vida!
In: António Januário Leite, O Poeta Além-Vale
Luis Romano & Maria Helena Sato, Editora Komedi, S. Paulo, 2005
0 Comentários:
Enviar um comentário